segunda-feira, 6 de março de 2017

VOLÚVEL





Onde guardas teu amor?Nos teus olhares?
Ou será nas incertezas de teus mares?
Pois bem sei que teu amor é como o mar;
mas só neles eu quero navegar...

Depois descansarei nos meus hangares
guardada entre o céu e os luares...
pois eu sei que só queres aventurar;
só por vezes em mi’a praia quebrar...

por isso não te cobro o puro amor...
prefiro o enigma... teu raro fulgor
das tardes de verão em mim rutilando;

teus olhos feito vagas derramando...
Ah! Se teu amor é mesmo o mar intenso,
quero em ti me afogar sem brio e senso...


Do meu livro: 101 Sonetos de amor ou de paixão- disponível em :
http://www.clubedeautores.com.br/book/162487--11_SONETOS?topic=drama#.WL2JydIrKow


( Imagem : Pixabay- domínio público)

sexta-feira, 3 de março de 2017

NAUFRAGA-ME


















Amor, nunca pensei chegar ao mar,
pois ele é tão distante e tão profundo!
Penso que tive medo de afogar
nas tuas imensas vagas o meu mundo...

Sabe meu doce amor? Vou lhe contar
a razão desse medo em que me afundo:
o mar são os olhos teus a me tragar
com esse azul intenso onde redundo...

Então me diz meu amor: resistir posso?
Ainda que ao fim seja eu um destroço,
naufraga-me de vez nessa tua onda...

Na onda desse teu olhar que me perpassa;
que faz versos na areia e que me enlaça;
que me leva aos corais e que me sonda...

( Imagem: disponível no Pixabay- domínio público)


Soneto de meu livro " Sonetos para um amor" 
( disponível em :
www.clubedeautores.com.br/book/211289--SONETOS_PARA_UM_AMOR#.WLmrQdLysWA

sábado, 3 de maio de 2014

LIQUIDA




Liquida

Por ti desfaço
docemente em água;
em cada passo

de teu olhar;
em doce frágua
só a derramar...

gota a gota
em cada deságua,

inteira ou rota...

quarta-feira, 30 de abril de 2014

OUTONO DA SAUDADE




OUTONO DA SAUDADE

Uma brisa soprou- lento compasso
De um tango de folhas secas soltas no ar
Então minh’alma voou- ganhou o espaço
De uma doce saudade a dançar... dançar...

Era o outono trazendo o doce encanto
Das memórias que julguei no esquecimento
Acordou então, dentro de mim algo santo
Um sentimento novo trazido com o vento.

Senti o frenesi da lembrança- doce mormaço
De um tempo querido que me fez lembrar
Tantos momentos vividos- que saudosa traço
Nessa minha saudade a dançar... dançar...

Levou-me a brisa qual suave manto
Formando coreografias em meu pensamento
No compasso da lembrança, no entanto
Era como folha de outono levada pelo vento.

Outono amarelo- hoje sou teus traços
Suas folhas amarelas soltas no ar
Trouxe-me a lembrança- marcou os meus passos
Num tango de saudade a dançar... dançar...



( Por Sônia de Fátima Machado Silva)

DEUSA E ESCRAVA



DEUSA E ESCRAVA

Eis-me aqui, deusa do amor a sonhar
Com os beijos e carícias de ti amante.
A sorver a seiva do seu doce paladar
Queimar em seu astro por um instante.

Encanta-me por tuas ruas peregrinar
Como mendiga em becos, errante...
Eis-me aqui, deusa do amor a sonhar
Com os beijos e carícias de ti amante.

Satisfaz-me ser tua escrava e te amar.
Viver a mercê de teu escrúpulo pedante.
Quisera teu sangue nas veias sangrar
Como sangra meu desejo calmante.
Eis-me aqui, deusa do amor a sonhar.



( Por Sônia de Fátima Machado Silva)